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sábado, 25 de outubro de 2014

Doce Mistério

Faz tempo que não trago meus contos para o blog, acho que já estava na hora de voltar com a antiga rotina...




 Lá estava ele indo em direção ao bar como todos os dias da semana, movimentos calmos e leves como uma pena. O homem de cor branca, quase pálida, entrava às oito horas da noite e só saía na hora de o bar fechar.
 Nunca o vi durante a luz do dia, sempre a noite e com o mesmo terno preto e gravata vermelha de sempre. Sentava-se no balcão do bar e sempre conseguia puxar papo com uma mulher.
 Certa noite aquele homem alto de pernas compridas entrou no velho bar, sentou no balcão, pediu duas cervejas e ficou um tempo ali parado observando os dois copos cheios. Olhei pela janela e quando voltei o olhar ele estava parado na minha frente segurando as duas cervejas, levei um susto e fiquei pensando em como conseguiu chegar tão rápido no outro lado do bar onde eu estava sentada.
  - Posso me sentar, senhora? - perguntou o homem de cabelos negros e lisos.
  - Claro, sem problemas. - respondi sem jeito pelo susto que levei.
 Começamos a conversar por mais quieto que ele era enquanto eu tomava a cerveja, estava com um gosto estranho, mas ignorei.
 O bar já estava vazio, só restava nós dois. Minha visão começou a escurecer e o tal homem que até agora não sabia o nome deu um sorriso maligno, em seguida adormeci.
 Acordei numa espécie de porão onde só tinha um caixão preto e o homem pálido ao lado dele me observando. Sua gravata vermelha estava frouxa e os sapatos brilhosos estavam sujos de barro.
 O homem de aspecto magro começou a vir na minha direção, foi quando percebi que estava presa. Seus olhos estavam fumegantes, abriu a boca e vi seus dentes brancos, suas caninas se destacaram grandes e pontudas. Em seguida, pulou no meu pescoço de um jeito diabólico, desmaiei de tanta fraqueza.
 Na próxima noite a sua entendiante rotina viraria a minha doce rotina, o meu doce mistério.


-Jonathan (Criador do blog)

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